Verdades sobre o Toyota Etios

Taí um presente que ninguém ia querer receber…

“RUBBISH!”
Jeremy Clarkson sobre Toyota Etios

“Novo Toyota Etios. Leve-o para casa… pelo amor de Deus!”
Anúncio sincero do Toyota Etios

“Achei deletivo, ofenda mais”
Grupo de haters do Toyota Etios (por sinal, milhares de pessoas) sobre esse post

“LIX………….”
Gustavo de Marchi sobre Toyota Etios

"Etios? Aquilo pra ser rascunho precisa melhorar muito”
Kamikaze sobre Toyota Etios

"Logan derretido e empobrecido (se é que isso é possível)!”
Você sobre Toyota Etios Sedan

"Juro que eu atravesso a rua quando estou andando e me deparo com um Etios Sedan estacionado!”
Rafael sobre Toyota Etios

“Dou 10 mil, um aperto de mão e um Chokito nessa rubixa.”
Guilherme Júdice sobre Toyota Etios

“Vai dar meia hora de cu, seu Etios!”
Marco Aurélio demonstrando novo forte xingamento online

“Ô filho, encontrei um texto aqui na internet com as verdades sobre o Etios, como é que faz para aumentar a letra aqui?”
Dono de Etios tentando ler este post (hint: CTRL e +)

"”

Você ao ver um Etios pela primeira vez

"”

Você ao ver um Etios pela segunda vez

“Quanto sai um Etios 1.3 completo? 33/34K né? Acho mais negócio que Fiesta 1.6, Gol/Fox (que nesse preço são 1.0), Picanto (não sei quanto tá saindo, mas chuto uns 35, não?), HB20 e Onix LT”
Vítor Luis sobre Etios

"”
Kiko sobre citação acima

"Naum eziste carru fei, eziste carru altu!!!111”
Manolo socador sobre Toyota Etios

“Poiséé esse ai naum tem geitu mesm kkkkkk”
Mesmo manolo ao ver fotos de Etios rebaixado

“BEM QUE VOSES PODIÃO MANDA UM PRA MIN IMDERESO RUA TAPAXANAS 769 JD. PAU PRETO SAO PAULO SP AGREÇU A COMPREENSÇAUM DEUS CEJA LOVADO”
Comentarista da página Toyota do Brasil no Facebook

“”
Peão de obra que achava que o Etios era o carro ideal para a esposa

“Acabamento de Celta e espaço de Logan a preço de Peugeot 208”
Resumo realista do Toyota Etios

“Achei que tinha ido ao Japão, mas pelo jeito vim parar na China”
Jornalistas que viajaram ao Japão a convite da Toyota para dirigir o Etios

“É o melhor carro do segmento, só em ser um TOYOTA já vale o investimento, pois é o acabamento interno é da qualidade do Corolla e sua dirigibilidade é acima da média do segmento, sendo ágil na cidade e na estrada, praticamente um esportivo. Pronto, recebo meu dinheiro agora?”
Jornalista vendido fazendo jabá para a Toyota

“Os Etios que me perdoem, mas New Fiesta é fundamental.”
LF Mello de Moraes sobre Toyota Etios

"Esse carro é pra gente velha, aposto que a Palmeirinha tem um kkkkkk”
Alguém sobre Toyota Etios

"HUEHAUHAU cuida bem do meu like fera, ele não pode andar de Etios, precisa comer Doritos três vezes por dia e manja dos paranauê. HU3”
Mãe Lucinda, afetado pela zoeira cancerígena, sobre frase acima

"”
Palmeirinha sobre frase acima

Será que o Bóris Casoy precisa falar alguma coisa?

Toyota Etios é o atual carro de entrada da montadora japonesa conhecida até então pela sobriedade e confiabilidade de Corolla, Hilux, SW4, RAV4 e Camry. No entanto, a nova aposta – produzir um modelo compacto planejado para a Índia – causou grande polêmica: recebemos um carro feio por fora e horrível por dentro, que apesar das qualidades tem preço alto, acabamento franciscano e custo-benefício que vai piorando a medida que se adiciona mais equipamentos. Venderia muito mais se competisse com Celta e Gol G4, na faixa de R$ 25 mil, mas só por ser um Toyota, muitos o veem como confiável e inquebrável, aceitando pagar até mais de R$ 40 mil.

Desde 2006 falava-se num compacto que a Toyota produziria nacionalmente. Inicialmente pensou-se ser uma versão tropicalizada do Yaris, mas como Brasil e Índia eram mercados emergentes em expansão, decidiu-se produzir basicamente o mesmo carro nos dois países. A primeira aparição ocorreu no Salão de Nova Délhi em janeiro de 2010, ainda como carros-conceito.

Até a modelo do estande da Toyota olhou feio para o Etios Concept

Quando o carro-conceito não tem forração na tampa do porta-malas nem alto-falantes nas portas de trás, não dá para esperar muito do carro de série

Cores vivas disfarçavam o acabamento pobre e os retrovisores com regulagem manual

Os modelos hatch e sedan (rapidamente comparado com o Logan) surpreenderam pela falta de inspiração e pelos detalhes muito esquisitos, como a grade deformada e os instrumentos bem no meio do painel. Dizia-se que ali estava 90% do Etios de produção e que a produção local iniciaria em junho de 2012 com expectativa de produzir 125 mil carros em 2014.

O Etios Sedan começou a ser fabricado na Índia em dezembro de 2010, enquanto a versão de produção do Etios Liva (sobrenome do hatch) ficou pronta em junho de 2011, ambos tão feios quanto uma avó indiana estuprada num ônibus. Mesmo focado em ser um modelo de baixo custo (como se percebe pela palheta única do limpador de para-brisa, um amortecedor da tampa do porta-malas [quando o normal são dois] e alto-falantes só na frente, para citar apenas alguns exemplos), teve fraco desempenho em vendas. E se a coisa estava feia (com referências) lá, aqui o fracasso parecia iminente.

No Brasil, a expectativa era que houvesse mudanças substanciais para o mercado, que ficou mais acirrado em 2012 com a chegada de Hyundai HB20, Chevrolet Onix e a reestilização do Gol, mas o bizonho visual indiano foi mantido quase sem adaptações – certamente a Toyota achou que àquela altura o mercado brasileiro estaria tomado de carroças chinesas, então o Etios chegou com poucas diferenças – barras deformadas cromadas para passar ~sofisticação~, lanternas do hatch sem os feios piscas laranjas, melhor isolamento acústico e bancos com apoios de cabeça reguláveis (só na frente). Nem as saídas de ar centrais foram reposicionadas com a alteração da posição do motorista (na Índia se adota a mão-inglesa, com volante do lado direito). 

Confiaram tanto na marca Toyota como um fortíssimo argumento de vendas que apostaram que o consumidor brasileiro ia engolir numa boa o design bizonho pensado para o mercado indiano. Alguns carros são feios por fora porém agradáveis por dentro, como por exemplo os Chevrolet Cobalt e Spin, mas por dentro o Etios consegue ser ainda pior do que por fora.

Houve o evento Etios Connection (e a variação Etios Visibility, menos badalado) para promover o carro em diversas cidades do Brasil (acompanhado de outras atrações, como o ecochato Prius e o esportivo GT 86). Assim foi possível conhecer os carros de pré-série, por sinal com inúmeras falhas de acabamento, como plásticos ásperos, caixas de roda na lata, falta de revestimentos nas portas e parafusos expostos. Só que… o Etios definitivo seria semelhante àquele.

Aliás, uma polêmica ocorreu em um teste da revista semanal Carro Hoje: a unidade cedida trazia no porta-luvas a plaqueta “Veículo de Imprensa - Montagem com peças especiais”, uma tentativa de impressionar os jornalistas. Mesmo assim, perdeu no comparativo contra o Hyundai HB20.

HB20 e Etios chegaram às lojas quase juntos – e um abismo separava um do outro em design e acabamento. A Toyota inicialmente pensava em vender a versão básica por R$ 35 000 e a versão completa por R$ 48 mil, mas tabelou preços menores e realizou massivas campanhas de divulgação na internet e na televisão, com os músicos Samuel Rosa (Skank), Pitty, Marcelo Bonfá (Legião Urbana), PJ (Jota Quest) e Tony Belloto (Titãs). Oficialmente a marca falou em 35 mil pedidos antes do lançamento, mas só 2095 carros (somando hatch e sedan) foram vendidos no primeiro mês cheio, alcançando um pálido 49º lugar no ranking dos carros mais vendidos – perdendo feio (desculpe o trocadilho) para o próprio Corolla.

Dessa forma, a Toyota baixou a bola e passou a oferecer bônus como mil reais extras na troca de qualquer carro por um Etios, emplacamento e IPVA por conta da concessionária, vale-combustível de R$ 1.500, televisão de 42 polegadas, bancos de couro grátis, vale-compras no site Submarino, parcelamento com taxa de 0,92% ao mês… Para quem antes do lançamento dizia que a política da marca era cobrar pela qualidade sem promover descontos ao sabor do mercado, a Toyota teve que se mexer para não comer ainda mais poeira diante de rivais mais modernos, confortáveis e, principalmente, bonitos.

Atualmente o Etios está vendendo razoavelmente bem, infelizmente já entre os 30 mais emplacados, embora esteja abaixo das expectativas iniciais. No Nordeste é fácil se deparar com um, enquanto no Sudeste e Sul o sucesso não é visível. Nos próximos meses deve chegar às concessionárias a versão aventureira (medo). A meta de lançamento era de pouco mais de 5.800 unidades ao mês dos Etios Hatch e Sedan. Em junho o Etios Hatch e Sedan venderam 3.458 unidades (60% do esperado)…

Anúncio do Toyota Etios veiculado em janeiro de 1998

Versões

1.3: Modelo básico até as últimas consequências e quase impossível de ser encontrado nas concessionárias, voltado especialmente a frotas. Ele não tem pintura na grade, retrovisores, maçanetas e o conta-giros foi eliminado. Até o aplique plástico atrás do vidro lateral traseiro foi removido e o acabamento interno lembra o de um Mille. Pelo menos o airbag duplo não foi tesourado. Seu preço é de R$ 29.190. Se custasse uns 10 mil a menos talvez seria justo...

1.3 X: Versão simples, reconhecível pelas maçanetas e retrovisores no plástico, sem pintura. O único opcional é o ar-condicionado, acrescentando R$ 2.600 ao preço de R$ 32.590. Traz desembaçador, limpador e lavador traseiro, direção elétrica, espelhinhos nos para-sóis e freios ABS com EBD.

1.5 X: É a versão sedan de entrada, também difícil de ser encontrada – com apelo frotista. Traz exatamente o mesmo pacote que o Etios hatch X, porém com motor um pouco mais potente e porta-malas bem maior, de 562 litros (numa traseira bem mais feia). Seu por R$ 35.490 (sem ar).

1.3 XS: Versão do Hatch mais comum nas ruas, que traz um pacote intermediário com os itens mais comuns nos populares equipados: ar-condicionado, CD Player com MP3 e entrada USB (com uma tampinha bem frágil), dois alto-falantes na frente e dois tweeters (ironia num carro que homenageia a música), vidros e travas elétricos, coluna B preta e pintura nos retrovisores e maçanetas. Essa versão custa R$ 36.990, já salgados considerando que dá para levar um Onix com vários equipamentos, incluindo MyLink, ou um March 1.6, que dá um baile em desempenho.

1.5 XS: Modelo Sedan intermediário, também figura fácil por aí. Traz os mesmos itens do XS Hatch por R$ 39.790, também já impraticáveis num carro tão simples.

Reparou no bregasso emblema da Toyota dourado?

1.5 XLS: Esta é a versão de pior custo-benefício. Paga-se mais de R$ 40 mil pelo que continua sendo um Etios: rodas de liga leve aro 15" (mais feias que as próprias calotas), faróis de neblina, cromados, alarme, tecido nas portas, chave com comando de abertura das portas e bancos com “tecido especial”. O CD Player traz a mesma telinha monocromática e somente entrada USB. Por esse preço (R$ 41.490 para o hatch e R$ 43.790 no sedan) há uma grande lista de carros mais completos, incluindo as versões de entrada/intermediárias de Peugeot 208, New Fiesta, C3, Punto, Voyage, Cobalt, Onix/Prisma, Versa e muitos outros mais atraentes, potentes, equipados e igualmente confiáveis. Sem contar que continua sem regulagem de altura dos cintos, cobertura das caixas de roda, computador de bordo e com parafusos à mostra.

Low-Cost: Ideia do BizarricesAutomotivas de uma versão ainda mais depenada, porém com preço atraente. Veja aqui.

TRD Sportivo: Ainda mais ridículo que o de costume, com adereços “esportivos” (para-choques redesenhados, saias laterais, rodas aro 15" e adesivos quadriculados) mas nada de modificações no motor 1.5. Felizmente não há chances desta versão indiana ser vendida no Brasil.

Donos

Medo de usar uma camisa dessas na rua

Estatisticamente, o Etios conquistou apenas uma pessoa pelo estilo em todo o território brasileiro (uma moça de cerca de 25 anos que se surpreendeu quando o Etios estava exposto em um shopping). A grande maioria dos compradores são pessoas que buscam um carro racional para uso urbano e possuem confiança na marca Toyota. É também o carro de universitários cujos pais se interessaram na forma de pagamento (entrada e parcelas de 15 conto por dia ou taxa zero com 60% de entrada e saldo em duas parcelas por dois anos, ou ainda dando a bunda para o vendedor) e acabaram dando essa coisa de presente.

Essa estampa é um pouco menos brega que o Etios

Por se tratar de um carro que nem completou um ano de mercado (mas de desenho tão envelhecido que parece ter sido apresentado em 1997), quase todos os Etios estão em bom/ótimo estado de conservação e sem modificações na carroceria. Alguns influenciados pelas explicações dos vendedores acham mesmo que estão dirigindo um autêntico Corolla de dimensões reduzidas, sendo que nem câmbio automático ele traz para começo de conversa, e se apoiam na fama de inquebrável (sendo que em menos de um ano de uso realmente não há muitos ajustes mecânicos a serem feitos). Quem compra acaba simpatizando com o visual, já que quem ama o feio, bonito lhe parece.

Protesto nacional contra o Toyota Etios: bloquearam a rua para ele não passar

Já é fácil encontrar Etios Sedan nos pontos de táxi, tanto pelo grande espaço interno como por levar pau (ui!) sem reclamar, embora a autonomia não seja tão grande devido ao tanque de 45 litros. Outro uso, digamos, público do Etios ocorre nas auto-escolas, pois é seguro em casos de acidentes causados por inexperiência (praticamente regra durante a obtenção da carteira de motorista) mas não levam em conta que o painel acaba assustando os alunos.

Até que é interessante de dirigir, se você tentar esquecer o painel tosco, o acabamento ruim e os instrumentos ruins de ler. Faz mais jus ao lema “Use sem dó” do que o atual Gol: o motor 1.3 não tem o fôlego curto da grande maioria dos 1.0, enquanto o 1.5 bate de frente até com alguns carros 1.6 mais pesados, especialmente Veloster. A suspensão também agrada. Mas ainda assim não vale o que custa.

• 986% das pessoas que conheceram o Etios o odiaram 
• 354% juram que seu carro nunca deu problema nenhum 
• 317% vão dar uma olhada agora sob o banco do motorista, onde fica o macaco 
• 305% possuem miopia, hipermetropia, astigmatismo ou as três coisas 
• 273% só perceberam que çaporra só tinha uma palheta de limpador frontal na chuva 
• 248% possuem 50 anos ou mais 
• 165% batucam no painel 
• 92% são aposentados que não querem preocupações com manutenção ou consumo 
• 87% estão arrependidos da compra mas escondem isso de todos 
• 70% comprariam se a Toyota mudasse o design e o painel 
• 62% são mulheres que afastam o banco o mais para a frente possível 
• 56% eram donos de populares como Gol e Palio 
• 51% fecharam a compra já alterados pelo whisky 
• 46% perguntaram se tinha toca-fitas 
• 23% eram donos de Corolla e resolveram gastar menos 
• 2% possuem menos de 25 anos 
• 0,01% tinha um Ford Thunderbird preto e apareceu de Etios

Verdades

O que o Etios tem de feio, tem de seguro. No Latin NCAP, crash-test realizado com 40% da frente do carro a uma velocidade de 64 km/h, o Toyotinha alcançou quatro das cinco estrelas possíveis (pois é tão feio que assustou a barreira, que ainda tentou fugir), fato único entre os compactos já testados, entre os quais Celta, Gol G5, Uno, Classic e 207 tiraram uma estrela sem airbag (Agile e Clio tiveram a proeza de zerar estrelas, embora a etapa de testes em que caíram se tornou mais rigorosa) e os rivais com airbags (March, Palio, HB20, Gol) ficaram entre duas e três estrelas com dois airbags.

Aliás, ocorreu certa polêmica pouco antes desse resultado do crash-test sair: as quatro estrelas no material que a Toyota divulgou aos concessionários eram apenas a meta, mas o Etios realmente as obteve (uma surpresa para um carro que não tem ajuste de altura dos cintos de segurança e apoios de cabeça fixos no banco de trás). E a nota de proteção para crianças foi maior que a do próprio Corolla (17,38 vs. 12,68, de 49 possíveis). Outro fator louvável do Etios é a nota A no teste de consumo do Inmetro, mas isso outros populares conseguiram alcançar.

É verdade

Assim como o arquirrival March, o Etios traz direção elétrica e ranhuras no teto que favorecem a aerodinâmica (mas enquanto no Nissan são dois “bumerangues”, o Toyota traz quatro traços horizontais. Mas o March segue o estilo “feinho mas simpático” e não parece que pulou etapas na linha de montagem, enquanto o Etios é feio de doer, mesmo.

A Toyota perdeu a noção do ridículo

O Etios é um dos poucos modelos que inverte a tese de que “quem tem um carro fica mais bonito”. Na verdade é menos vergonhoso levar a namorada para um fino restaurante a pé (inventando uma desculpa convincente) do que no Toyota, principalmente se ela der valor a carros.

A confiabilidade do conjunto mecânico também é destaque. Testado pela Quatro Rodas na seção Longa Duração (se você chegou de para-quedas na Terra ontem, esta é um teste de rodagem em várias localidades do Brasil até os 60.000 quilômetros, quando ocorre o desmonte), o Etios XS, com 19.353 km, teve apenas um pneu reparado e um problema registrado: o rádio muda de sintonia sozinho, mesmo em áreas onde as ondas são intensas. Ele consome pouco mais de 9 km/l com etanol, estando 50% do tempo na cidade e 50% na estrada. Os rivais HB20 e Onix tiveram alguns probleminhas a mais, enquanto o EcoSport 2013 vem se mostrando um modelo altamente problemático. Ah, para quem não ficou sabendo, a QR agora custa quatorze (14 - isso mesmo, catorze) reais.

 Hipocrisias Automotivas

Assim como o Etios, o site da Toyota é tão careta que só abre digitando “www.”. A propósito, o Hyundai HB20 é o grande pesadelo da marca: as comparações feitas no site não o mencionam e nas concessionárias, os vendedores não podem nem citar o nome dele.

Para abrir o capô, puxa-se um botão que lembra o afogador dos velhos modelos dos anos 1970.

Coerente com o Etios, a miniatura em escala 1:31 também traz péssimo acabamento e simplicidade broxante

A cor verde-limão-azedo do lançamento já foi abandonada na linha 2014 do Etios. Falando em cores, os nomes delas fazem menção aos diferentes estilos musicais: vermelho Pop, prata Soul, preto Rock  (cor que esconde parte da feiúra), azul Lounge, cinza Jazz e branco Bossa Nova.

Um mero Gol 1.6 vai dar trabalho para a Polícia Militar

Quem diria que com pouco tempo de Brasil o Etios faria escola, influenciando o visual e a simplicidade extrema do “novo” Clio, que já foi a referência entre os compactos lá no início dos anos 2000 e atualmente é depenado ao extremo para economizar.

Para ficar ainda mais adequado ao Etios, deviam servir aquelas pingas de mendigo com gosto de álcool estragado que não custam nem cinco reais. (Foto de Igor Macário)

Para quem está disposto a comprar essa aberração, as concessionárias Toyota não economizaram na recepção dos primeiros compradores do Etios: whisky, cupcakes, espumantes e salgadinhos, além de laço gigante, fotografia no ato da entrega, chuva de papel picado, beijinho da vendedora, etc.

Mas não se iluda. Se o Etios fosse bom, ele seria vendido no Japão. Aliás, se a Toyota decidisse lançar agora no Brasil o Yaris de 1999, teríamos um modelo mais moderno, bonito e equipado que o Etios, com duplo porta-luvas, instrumentos digitais (também centrais), banco traseiro corrediço e toca-fitas. Ops.

Algumas concessionárias tentam iludir os clientes expondo no showroom Etios com rodas esportivas (chegando a aro 19"), faixas na carroceria, adesivos e até itens como central multimídia, indisponível de fábrica.

Exposto às altas temperaturas do posto de gasolina, o Logan derreteu e virou Etios. (Foto de Igor Macário)

O Etios é tão feio que as ridículas calhas de chuva e os bregas borrachões com o nome do carro nem parecem tão horríveis nele. São só mais fezes num vaso sanitário entupido.

Desde o Verdades sobre o Hyundai Veloster que um carro não é tão zoado pelo BizarricesAutomotivas!

Por incrível que pareça, o Etios já foi eleito o lançamento do ano 2012 pelo júri do caderno Auto do Diário do Nordeste (a Toyota pagou cafezinho e pão de queijo para os jurados) e, este ano, a Melhor Compra na categoria entre R$ 27 mil e R$ 30 mil da revista Quatro Rodas. Detalhe: nesta versão 1.3 pé-de-boi você não conta com freios ABS, vai ter que se abaixar o vidro (na manivela) com a falta do ar-condicionado, trocar de marcha ouvindo o (alto) barulho do motor, já que não há conta-giros, e não vai escutar nada além dos grilos nos plásticos. Dá pra entender??? Outro prêmio conquistado foi o Compra Certa 2013 da Car And Driver, na categoria Família R$ 30 mil.

A judoca e conterrânea Sarah Menezes se destacou nas Olimpíadas de Londres em 2012, levando a primeira medalha de ouro do Brasil. A concessionária Newland, uma das patrocinadoras de Sarah, a “presenteou” com um Etios XLS vermelho no início de 2013.

Do lado de fora, o luxo das Hilux; dentro, o plástico moldado com manivelão e parafusos expostos do Etios

A Toyota devia dar uma compensação em dinheiro tanto para quem se arrisca a fazer um Test-Etios como para quem vai desperdiçar espaço no cartão de memória tirando fotos dele.

Sanduíche (indigesto) de Toyota Etios

Curiosamente, o Etios 1.5 possui potência “quebrada” com etanol, 92 cavalos com gasolina e 96,5 cv com combustível de origem vegetal. Já o 1.3 gera 84 cv com gasolina e 90 com etanol.

Antes, os carros traziam verniz no cofre do motor, que demonstrava cuidado de fábrica mas que na prática vivia sujo. Hoje a maioria vem com pintura fosca para baratear os custos de produção. Já o Etios nem tinta possui na parte interna do motor, só o primer. Para economizar, o banco traseiro é inteiriço, não há travas automáticas com o carro em movimento nem regulagem de altura do banco, além de todos os cortes de custo já citados ao longo desse post.

Close numa das partes mais controversas do Etios

O quadro de instrumentos do Etios foi inspirado nas antigas balanças Filizola de 5 kg, porém mesmo com esse apelo retrô, o mesmo não tem um mínimo de charme, muito pelo contrário... Além do estilo controverso, o painel deslocado para o centro possui péssima visualização, fazendo com que o motorista enxergue o ponteiro do velocímetro em uma velocidade diferente da que o carro realmente está, podendo provocar até multas. Para conferir a velocidade correta, o motorista é obrigado a deslocar o corpo em direção ao meio do painel, o que é bastante incômodo e até perigoso.

Se mesmo assim você ficou tentado a comprar um Etios, recomendamos que pechinche o máximo possível para compensar a vergonha de dirigir essa geringonça, argumentando que conseguiu um HB20 mais barato ou que em outra concessionária deram ar-condicionado e seguro grátis (e, claro, que é arriscado você precisar usar óculos de tanto forçar a vista para enxergar o visor de calculadora central). Já se depois de ler você agora quer vender seu Etios, o jeito é revender à autorizada ou negociar com algum familiar, porque nas outras concessionárias vão argumentar que tem pouca saída e vão acabar dando uns 10 mil reais a menos.

A mina até tocou uma para o lançamento do Etios TRD Racing… Wait

A versão XLS traz um botão preto de abertura do porta-malas, improvisado no lugar da fechadura nas versões mais baratas.

O porta-luvas do Etios é bem grande (13 litros) e é refrigerado nas versões com ar-condicionado (pois a saída de ar para o passageiro fica dentro do compartimento), mas a tampa despenca em cima dos joelhos do pobre carona. Em compensação, o passageiro pode se refrescar com três saídas de ar, enquanto o motorista tem próximo dele somente a saída do lado esquerdo do painel.

Na Índia, o Etios passou por um face-lift bastante discreto. Por fora, mudaram retrovisores, grade com filete cromado e o desenho das lanternas do hatch, agora iguais ao brasileiro. Por dentro, novo volante, iluminação azul sobre fundo preto e dígitos brancos e um novo sistema de som com Bluetooth e novo visor. Aqui no Brasil, espera-se modificações pequenas ainda este ano, possivelmente chegando às vésperas do primeiro aniversário do carro, em outubro. Serão pequenas alterações para manter o fôlego até 2015, quando é esperada uma nova geração.

Corolla, Hilux, SW4, Camry, Prius e RAV4 ficaram com vergonha de dividir espaço do showroom com o Etios nas concessionárias.

Esse Etios altamente bizarro mereceu post só para ele, veja aqui

Entre os devaneios de Kamikaze, esteve a instalação de palheta única no limpador da frente no Subaru Impreza, ideia inspirada na “solução econômica” do Fiat Uno Etios.

Que porra é essa???

Para quem quer ser ”descolado” com um Etios, as concessionárias oferecem cinco tipos de adesivos (Flores, Kanji, Origami, Samurai e Kakatana) e uma faixa na carroceria. Mas você lembra de ter visto algum com essas breguices?

Optamos pos fotos de traseira, ângulo menos tenebroso mas ainda assim horrível nos dois

É difícil decidir se o hatch mais feio do Brasil é o Etios ou o Agile. O Chevrolet, horrendo por fora mesmo quatro anos após o lançamento, consegue ser melhor acabado que o Toyota desde o fechar das portas, mas em compensação é altamente inseguro nas versões sem airbag, já eliminadas do portfólio. Na verdade, até mesmo com airbags o Agile ainda é inseguro, devido à plataforma requentada de Celta, que por sua vez veio do antigo Corsinha bola, lançado aqui no longínquo ano de 1994. Mas tanto Agile quanto Etios precisariam nascer de novo para se tornarem boas compras – e  talvez nem pegaria bem os eventuais sucessores herdarem seus nomes.

Agora assista a um teste explosivo exclusivo do Toyota Etios:

Com imagens de Toyota da Depressão e Jeremy Clarkson da depressão