Verdades sobre o Ford Corcel

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O Shelby GT500 “Eleanor” definitivamente fez escola, tanto que até o Corcelzinho tentou seguir este estilo!

Você quis dizer: Bordel
Google sobre Ford Corcel

“Méo PÓI no céu e nós no Corcel!!!”
INRI Cristo sobre Ford Corcel

CORSSEL CORSEU CORCEU COCEL CORSEL... Ah, vá pa porra!”
Dono semi-analfabeto tentando escrever o nome do seu Ford

“Com a cera do seu ouvido/Encerei o meu Corcel!”
Pânico sobre Ford Corcel

“Êh carru podri du carai!!!!”
Favelado sobre Ford Corcel

"Não permite que eu. Seja fiel. Na vitrine um Corcel Cor de mel. Meu Corcel! Cor de mel. Meu Corcel! Lá Lá Lá Lalalalalá!"
Marcos Valle sobre Ford Corcel

“Isso é um lixo, êita povo burro saudosista pra continuar andando nesse museu ambulante, por isso que o Brasil não vai pra frente, fica dando moral à essas velharias!!! A culpa é da Rita!”
Carminha sobre Ford Corcel

“Inda bein que aqui eu não fui zoadis, ris ris ris ris”
Mussum cansado de tanta aparição no Facebook

“É uma bilada, Cino!”
Pedro, quando Bino pensava em comprar um Corcel Bino

“NÃO É PASSAT, FILHA DA PUTA!!! É CORCEL!!!”
Tontim revoltado com guria retardada

“Faz mais barulho do que anda…”
APzeiro sobre Ford Corcel preparado

“O dônú deçí neguçiu dévi di sê póbri”
Dona Filó sobre dono de Corcel 1971

“TENHO ORGULHO DO MEU CARRO COM BELO DESÁINER VIRTAGEM, E VOCÊS SEUS BEBÊS QUE ANDAM DE CARRO DE MOÇOILA TODO FEITO DE PAPELÃO DESCARTÁVEL, VAI SE FODEREM”
Dono de Corcel reclamando via internet com a tecla Caps Lock quebrada

“Tá loko de dorga mermão! Meu carro não usa o motor dessa joça aí!”
Dono de Escort XR3 sobre motor 1.6 CHT do Corcel

“Eu devia estar feliz… Porque consegui comprar… um Corcel 73...”
Raul Seixas sobre seu Corcel 1973

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Duelo do Século, Corcel vs. Ferrarê… Essa 360 Modena foi a mesma que deu pane seca e possui pendências judiciais!

Ford Corcel foi um lixo carro que povoou o cenário brasileiro durante muito tempo. Adaptado de um projeto da Renault, o Corcel foi pioneiro em diversos quesitos (para o bem e para o mal...), gerou uma linha de modelos e seu sucesso justificou o desenvolvimento da geração II, que também vendeu bastante. A chegada do Escort e de outros concorrentes na década de 1980 velaram de vez o Corcel, que é um dos carros que mais sofre nas mãos de peões descuidados...

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Lançado em 1968, o Corcel (nome que indica raça de cavalo, como Mustang e Pênes Pinto), fruto do projeto M (de mé), tinha versões duas e quatro portas (esta última vendeu pouco, pois na época havia o receio de crianças abrirem e se jogarem do carro - mentira, é porque o povo associava carro de quatro portas a táxi). O nome “Ford” ia no canto esquerdo do capô, que abria para a frente, e os arcos dos para-lamas e a parte inferior das laterais eram cromados. Meses depois vinha a versão GT, uma espécie de filhote de Maverick GT, que tinha quatro faróis, faixas laterais e no capô, além de um bizarro teto de vinil. Decepcionou os fãs de sexo dentro do carro por não oferecer bancos dianteiros reclináveis.

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Tempos depois ocorria o primeiro recall do Brasil (pouco depois do primeiro do mundo, o do Chevrolet Corvair), já que o sistema de direção vinha bichado. No entanto, a Ford soube recuperar a imagem do Corcel (foi a época em que os anúncios mostravam-no em pleno “voo”) e ele continuou fazendo sucesso, ainda que bem longe do boom do Fusca (a propósito, cadê o Pardo?) na época.

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Em 1970 a linha ganhava a presença da Corcel Belina (à exemplo da perua Ford, a Renault Mégane Scénic adotava o primeiro nome na traseira e o segundo na lateral). A Belina tinha opção de apliques de jacarandá pela carroceria, ao melhor estilo woodie wagon! Ainda naquele ano, a linha ganhava modificações no visual. O Corcel GT ficava um pouco mais ameaçador, com grade e capô pretos e os quatro faróis mais alinhados. Chegou a ser o terceiro prêmio de um concurso da Quatro Rodas, sendo o primeiro um Dodge Charger e o segundo, um Opala SS! Bons tempos, já que hoje para os assinantes nem a revista vem, que dirá qualquer outra coisa...

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Outra modificação ocorreu em 1972. As faixas do GT passaram a ser divididas, no estilo Mustang (embora o Corcelzinho ainda tivesse que comer muito arroz com feijão para chegar aos pés do cupê norte-americano...). Àquela altura, o motor 1.4 era conhecido como Windows XP.

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O Corcel já tinha consolidado sua má fama entre os mexânicos. As cruzetas da transmissão eram descartáveis e deixavam os proprietários com o cu na mão, numa época em que orelhão ainda era raro. Em 1977 foram substituídas por juntas homocinéticas. Outro detalhe é que o motor não aguentava levar o Corcel à velocidade máxima por longos períodos, sob pena de ferver pela perda de água ou por falta de lubrificação!

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A Ford chegou a montar protótipos do novo Corcel com proporções parelhas ao do modelo já existente, mas com linhas predominantemente retas, quase prenúncio da nova geração. Mas o Corcel 1975 era só reestilização na mesma carroceria de sempre, e ainda não adotava conjunto ótico quadrado, modismo de época. Outro protótipo era de um Corcel que viria a ser o II, só que com frente próxima ao do primeiro, ainda com faróis redondos.

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Este Corcel é do piloko de fuga Flávio Gomes… no fim do post tem uma foto maravilhosa dele!

O Corcel II chegava em 1977, com formas retas e semelhantes às dos Ford europeus. A grade agora ostentava o oval azul da marca. As portas eram tão grandes que você estacionava do lado esquerdo, abria a porta do lado direito e trancava a rua toda... Ironicamente, o motor 1.4 passou por um considerável downgrade de potência, dos 85 cv para 72 pangarés bangelas. Na verdade, ele só tinha 55 cavalos líquidos. O desempenho dava sono, e olha que o novo Corcel tinha espessura da lataria bem mais fina que o primeiro, este com tanta lata que hoje daria para montar dez carros. Em 1980 chegava nova motorização: ao ser divulgado como “1.6”, e não mais como “1,6 litro” ou “1600”, popularizou esta designação das cilindradas (aliás, segundo Bóris Feldman, “cilindradas” não existe, é um substantivo para ser usado apenas no singular). O câmbio passava a ter cinco marchas (é, antes ficava de 4...).

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Corcel com aguafólio!!!

O capô abrindo “ao contrário” permanecia, e o bocal do tanque de combustível ficava... atrás da placa traseira! As lanternas retangulares copiavam as da VW Brasilia. Na nova Belina, onde a xerox entre peruas ficaria evidente, as lanternas eram menores e sem os filetes. A perua também tinha opção do fraquíssimo 1.4, abandonado em 1980. A nova linha, que aboliu a versão quatro-portas, também contava com o GT, que vinha em pintura com dois tons. Mas só para variar, o Corcel trazia de série ferrugem precoce, resultado da fina chapa da carroceria propensa a trincas com pintura à base de cuspe.

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Foi um dos primeiros carros a vir com motor movido a álcool – a primazia merecia plaquinha com gotinhas azuis. Muitos carros dos anos 1980 vinha com logo “álcool”, assim como até uns anos os primeiros flex “avisavam” isso. Em 1981 chegava o Del Rey, que tinha teto mais alto atrás e traseira tiazona, com uma proposta (só proposta...) mais luxuosa, já que os grandes carros (literalmente falando) da Ford – Landau, Galaxie e Maverick – haviam saído de linha.

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Topazzio (1987), uma Pampa extravagante projetada por Anísio Campos e que teve variações de estilo durante sua curta carreira. Era algo como um cupê (ou, como nessa foto do modelo 1988, um sedan) que podia ter a cobertura de trás removida para ser usada como picape, mas com a comodidade do banco traseiro…

Em 1982 chegava mais uma derivada, a Pampa, que entrava na onda de picapinhas surgida com a 147 e seguida por Saveiro e Chevy. A Ford elaborava uma modificação grande para o Corcel, mas o projeto, ao melhor estilo Tron, acabou engavetado. Em 1983, recebia os motores 1.3 e 1.6 CHT (Certamente Haverá Tretas) do Escrot. Apesar de ser anunciado como novidade, era o mesmo motor do Corcel GT dos anos 1960 com umas gambiarras.

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Uma possível reestilização ao estilo Tron…

Corcel II esse ai brilha no escuro
…e o Corcel Tron!

Sua última modificação, que poderia ter sido batizada de “Del Corcey”, ocorreu  para a linha 1985, quando perdeu o “sobrenome” II e suas vendas estavam no limbo dos renegados. Só naquele ano ganhou opção de direção hidráulica. Também em 1985, Pampa e Belina podiam ser equipadas com tração nas quatro rodas, o que não fez muito sucesso, como não é sucesso hoje no EcoSport.

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Com a Ford desfalcada de grana e priorizando seus esforços no então novo Escort, o Corcel durou até julho de 1986, nem chegando à era Autolatrina (certamente alguns gostariam da ideia de um Corcel equipado com o afuderosérrimo motor AP). Totalizou aproximadamente 1 milhão e 300 mil unidades, sendo que 1.299.900 estão em péssimo estado de conservação.

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Seus derivados tiveram carreira um pouco mais longa. A Belina foi incorporada como perua do Del Rey e os dois resistiram intocados até 1991. Já a Pampa, sem substituta à vista, permaneceu até 1997 (!), quando chegou a Courier, derivada do Fiesta tristonho. Só no último ano de produção a Pampa ganhou injeção eletrônica…

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Versões

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Básica: Se até o Corcel completo era triste, o que dizer da versão básica? Este vinha com poucos itens de série: volante (redondo), pneus pretos e de borracha, lata, vidros e só.

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GT: Bem mais “bravo” no visual do que no motor em si: primeiramente, era o fraco 1.3 de 80 potros, ainda assim 12 a mais que as demais versões. O GT XP foi lançado em 1971 com algumas modificações visuais (como o capô todo preto) e motor 1.4 de 85 pôneis. A vantagem sobre o resto da linha não durou muito tempo, pois em 1973 todos os Corcel recebiam o mesmo motor. A sigla significa um emoticon pondo a língua para fora. Quando o Corcel II foi lançado, o GT podia receber pintura em dois tons, mas em 1980 passava a ter apenas um discreto filete vermelho.

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Bino: Curiosa versão elaborada por uma concessionária de São Paulo, que tinha o motor 1.3 aumentado para 1.5, com dupla carburação, podendo alcançar até 90 cavalinhos, além do “banho de loja”, com faixas, faróis de milha, volante exportivu, grade com moldura e outras xunagens de época. Inicialmente a preparação era para o Corcel sedan, mas rapidamente chegou ao cupê, ao GT e até à Belina!

L: Versão básica do Corcel pós-1985, que ganhava painel do Del Rey pé-rapado de 1984.

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Eita imagem ruim, mas se tem uma coisa que dono de Corcel não sabe, é bater foto!

GL: Modelo intermediário – e raro – produzido no crepúsculo da carreira do Corcel, já com o motor CHTreta do Ford Escroto.

GLX: Versão com acabamento melhorado e bancos bem macios, mas longe do “luxo” da antiga versão LDO.

LDO: Modelo um pouco mais requintado, com imitação de madeira no painel e interior acarpetado. Seu acabamento faz os saudosistas lamentarem sobre a existência dos Ford nacionais atuais.

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Hobby: Sim, esta versão também foi adotada no Corcel, antes do Escort. Tinha apelo jovem, mas pobre, lhe faltando várias partes cromadas. Alguns poucos acessórios eram os mesmos do GT.

Donos

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O Corcel historicamente sofre nas mãos dos donos, por ser um carro relativamente resistente, espaçoso e por um preço que só tiraria um zero-quilômetro se fosse uma moto de 100cc, ou nem isso. O interiorzão do Brasil é repleto de membros da família Corcel rodando nas mais precárias e inimagináveis condições. Falar de lataria comida pela ferrugem, faróis e lanternas quase opacos, iluminando mal e vidro faltando é absolutamente normal em se tratando dos Corcel mais bem cuidados.

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Isso porque se vê Corcel com botijão de gás de cozinha (uma economia porca que transforma o veículo numa bomba, literalmente), teto empenado, maçaneta improvisada com arame, roda quase quadrada, grade e para-choques faltando... E olha que nem falamos do interior de alguns, tradicionalmente contaminado pelo mofo, mau odor e cheiro de álcool impregnados por décadas de uso, além de câmbio com trambulador à mostra (Spyker feelings), freio de mão sustentado com chave de fenda, banco rasgado, hodômetro quebrado, cheiro de pneu queimado, carburador furado, para-sol arrancado, espelho trincado, volante com as clássicas capas “Tunning”, rádio pifado, quebra-vento quebrado, forro improvisado com jornal, carpete imundo, restos de chiclete e pipoca e embalagens de camisinha a salgadinho. Definitivamente, um horror para qualquer pessoa que tenha um mínimo apreço por carros...

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É muito difícil alguém querer restaurar justo um Corcel (principalmente os II), um carro de ralé, relativamente comum, que não tem status algum, passa péssima impressão à sociedade e sai caro conseguir peças. Não é à toa que existem tantos Corcel abandonados que viram estufa para mato e lata de lixo (dá até para emborcar um fogão velho na tampa do porta-malas), às vezes ainda com as velhas placas amarelas.

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A esmagadora maioria de proprietários desses Corcel da vida possuem ignorância automotiva profunda, no máximo sabendo como gambiarrar alguma peça. O sonho da maioria, que é trocar por um carro mais novo (nem que seja uma merda como um Gol G4 ou um Celta), geralmente acaba ocorrendo (por conta da facilidade de crédito e juros que só são ótimos para os bancos) e os Corcel caem na mão de pessoas ainda mais carentes financeiramente, que o usam até se desintegrar. Ao menos de um gasto a mais eles estão livres: ficam isentos do IPVA. Não raro, é possível ver conversões de Corcel I e até Del Rey em picape. Evidentemente existem pessoas que mantém Corcel e Belina em bom estado de conservação, e esses merecem o selo BA de coragem determinação…

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Corcel I e meio

Os donos de Corcel que tem internet (são treze, em todo o Brasil) dizem gostar da molenguisse do carro, sendo que de fato os bancos eram bem confortáveis e a suspensão, também mole. Segundo eles, seus carros só apresentam “defeitos de carro antigo” (?), alguns originados da gasolina mijolina brasileira. Alguns põem apelidos, como Asdrúbal, Rauzito, Rato Velho, Coringa, Kenga Preta e outras invencionices.
  • 878% possuem Corcel em deprimente estado de conservação, conforme relatado acima.
  • 753% já tiveram que empurrar suas carroças
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  • 489% aguardam serem sorteados para o quadro Tô na merda Lata Enferrujada da Rede Esgoto.
  • 265% são ciganos e geralmente trocam carros no pau-a-pau, tendo no “currículo” modelos como Fusca, Opala quatro-cilindros, Voyage, Fiet Premio, Lada Laika, Voyage de novo, até chegar ao Corcel.
  • 216% andam de pneus slick, ou melhor, carecas. Dizem que aparece a sigla “TWI” quando o pneu está gasto e é necessário comprar novos... pois alguns Corcel ostentam a frase “TWILIGHTSAGABREAKINGDAWNPART2” nos pneus!
  • 154% já rodaram mais de 600 mil quilômetros
  • 89% tomam banho de balde
  • 73% fazem frete (especialmente usando Pampa)
  • 72% são cachaceiros
  • 68% preferem levar a vida para a frente com seus Corcel, até porque se pegassem um popular dos anos 2000, não aguentaria três dias nas mãos deles.
  • 59% colocaram emblemas de times de futebol
  • 47% possuem Corcel zero portas (chupa Veloster!!!!)
  • 23% são moradores de rua que se refugiam dentro de um Corcel
  • 6% conseguiram concluir o Ensino Fundamental
Verdades

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A Tonin Inc. realizou a instalação por engano das lanternas do Corcel II nesse Voyage aí...

Para não matar a galera de trás de asfixia, Corcel e Belina contavam com vidro lateral basculante – equipamento comum nos carros de época, diga-se. Ar-condicionado era item digno de Landau - a pobraiada contava apenas com a pequena abertura onde corria o vento (numa época em que não existia videogame portátil, não tinha jeito da criançada pular para fora do carro para se divertir, fosse pela porta ou pela janela...). O vidro lateral basculante foi sepultado nos anos 1990, com a popularização dos carros quatro-portas (que desciam o vidro suficientemente, ou não) e do ar-condicionado (comprar um Ka sem ar é sentença de morte para os passageiros de trás).

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Corcel limpinho!

Afinal, o Corcel II era cupê ou fastback? Ele tinha três volumes definidos e duas portas, mas seu desempenho passava longe de um esportivo. O vidro traseiro bastante inclinado estava mais para fastback, mas o caimento da traseira não era totalmente plano…

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A Pampa Duo foi a primeira picape pequena de “cabine dupla”, 25 anos antes da Strada Adventure. Bom, não era versão de série, mas a transformação da Engerauto (famosa por transformações tensas de outros Ford nos anos 1980 e 1990), que aumentava a cabine para caber o banco traseiro, em detrimento da caçamba, que ficava menor por conta do entre-eixos de mesmo tamanho) fez relativo sucesso: é moleza encontrar Pampas transformadas assim, quase sempre com filetes vermelhos nos para-choques, roda Gaúcha e o teto pintado de preto. Bom, também houveram diversas transformações caseiras, como as das fotos abaixo…

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Para remover o farol do Corcel é necessário também tirar a grade frontal. Não é à toa que por conta dessa chatisse muitos arrancaram de vez a proteção.

Apesar de ter porte médio, o Corcel tinha rodas aro 13" e espaço interno traseiro adequado apenas a crianças.

O Corcel atinge a incrível velocidade de 26 km/h quando empurrado por duas pessoas.

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Como todo carro no período dos anos 1970, o Corcel teve que se adaptar à crise do petróleo. Sua escalonagem de marchas ia normal até chegar à quinta, onde o giro caía tanto que a velocidade diminuía para 80 km/h, considerada ideal para a economia de combustível. A Ford dizia que ele fazia 17 km/l na estrada!!! Outro dado surreal era a autonomia de 869 km, suficiente para ir daqui até o Acre.

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Os piscas traseiros do Corcel sempre foram vermelhos, like a Ford Fusion!

Mesmo com quase todas as suas unidades já ultrapassando os 30 anos, tá mais fácil a Dilma renunciar do que ver pelas ruas um Corcel de placa preta (lembrando que entre os requisitos para receber a tão venerada placa estão: possuir 80% dos componentes originais, sendo que modificações na carroceria, pinturas fora dos padrões originais, motores de épocas diferentes, rodas sem ser opcionais de fábrica, ausência dos itens exigidos por lei na época e mau estado de conservação não passam pela vistoria que atesta a originalidade).

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Diferentemente do seu rival mais parelho, o VW Passá (que teve seu fim de linha marcado por protestos), o Corcel se despediu do mercado sem deixar saudade, até porque nenhum carro da Ford o sucedeu diretamente (o Del Rey chegou a ter uma versão simplificada para tentar tapar o buraco do Corcel). Aliás, o Corcel só fez sucesso no Brasil porque a concorrência dormia no ponto… Não me deixa mentir o Dodge Polara, sempre lembrado como um dos piores carros nacionais dos anos 1970. Suas quebras constantes e confiabilidade nula merecem ser deixadas no passado.

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O dono ainda teve que financiar essa merda???

Pode tacar até vinagre no tanque que o Corcelzin anda.

O comércio de Corcel em lojas de veículos e sites especializados é quase nulo. Como disse o tio Michael de Todo Mundo Odeia o Chris, “anúncio custa caro” (no caso, o vendedor tinha que pagar o preço do próprio Corcel para passá-lo para a frente). O comércio é no boca-a-boca mesmo, no máximo com o papel impresso na lan-house da esquina “Vendo” e os números de telefone. Aliás, o valor de uma impressão colorida (R$ 1,20) é parelho ao que os donos colocam de álcool no tanque.

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Um brinquedo que fez sucesso nos anos 1980 foi o Aquamóvel, um Corcel II de plástico na cor amarela (também tinha vermelho e branco) que se dizia movido à água. Hoje a miniatura está ultravalorizada e podem ser encontradas ofertas pelo preço de um Corcel de verdade bem conservado.

O Corcel e seus derivados tinham rodas com apenas 3 furos, o que era um grande empecilho para os donos que queriam trocar as rodas, tendo opções limitadas de rodas aftermarket especificamente para Corcel, ou então recorrendo a gambiarras para adaptar rodas de 4 furos.

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Corcéis “””””esportivos”””””

Não, a Ford não vai lançar um novo Corcel coisa nenhuma. É tudo boato de internet.

Pode reparar, na frente de toda igreja evangélica tem um Corcel estacionado! Os crente pira num Corcel...

Se você disser numa roda de buteco que gosta do Corcel, todo mundo vai rir de você.

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Não existe burrice maior do que tunar um Corcel (e olha que, comparado a Chevette ou Fusca, há menos ocorrências de xulling). Deixa o carro ainda mais feio do que já é e é uma inútil perda de dinheiro na tentativa de deixar um Corcel “legal” ou “ser um carro”, o que nunca acontece. Às vezes a pessoa consegue sair da pobreza, mas a pobreza não consegue sair dela...

Se você for sujeito ômi mesmo (ah, tem que ser 18+), pode ler até o final... Sim, tem um Corcel na foto abaixo!

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30 comentários:

  1. Putz, eu lembro do Corcel de "prastico"..

    A Pampa rebaixada tá show, assim como o corcelzinho dos anos 70.

    E a propósito, prefiro um corcel em bom estado do que muita merda 0 KM que anda por aí.

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    1. concordo também tem muito merda desse que fica metendo o pau no corcel e anda de carro novo com prestações que vai levar a vida inteira do merda para pagar, ai sem dinheiro porque paga as prestações com a merda do salario minimo que ganha enche o carro de homem para por gasolina e fica por ai pagando pau de playboy

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  2. Eu tenho pena do Corcel, mas nunca tive vontade de ter um. Esse da última foto, "tá tesão" como diz o pessoal do youtube.

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  3. Eu tenho vontade de ter um corcel 2 original pois foi um carro q de certa forma me marcou kk alías aqui na minha cidade já vi um corcel 2 branco com placa preta

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  4. Na minha cidade tem um tiozinho que junta papelão e latinha que fez uma pick up de um CORCEL I e botou tres farois de carreta em cada lado da carroceria e colocou uma placa de ferro como tampa.

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  5. os 2 corcel vermelho da sexta foto sao meus \ o /

    www.facebook.com/paulojarro

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  6. kct, eu era um dos desavisados q não sabia sobre o novo blog, mas tá faltando as verdades do opala nesse novo blog!!

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  7. corcel e muito melhor que muito carro 0km que tem por ai

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  8. eu ACHO QUE MUITAS PALAVRAS AQUI ESCRITA FORAM PURA BURRICE. POSSUO UM 1970 QUE NUNCA ME MOSTROU FERRUGEM.

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  9. Se tirasse as palavras "xulas" do seu blog, não sobraria muita coisa para ler...lamentável sua falta de educação e respeito. Nunca mais quero me deparar com essa merda de blog na vida!

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  10. CONCORDO COM O SENHOR WANDO.
    MUITOS DESSES QUE ESNOBAM DE UM CARRO ANTIGO SÃO DOIDOS PARA TEREM UMA RELÍQUIA, SÓ NÃO O FAZEM DEVIDO AO CONSUMISMO QUE IMPERA EM NOSSA SOCIEDADE. É VIZINHO QUERENDO APARECER PARA O OUTRO VIZINHO, E POR AÍ VAI. TENHO VÁRIOS CARROS ANTIGOS E ME ORGULHO EM POSSUIR UM LINDO CORCEL LDO 1977 EM MINHA COLEÇÃO.
    AH! COMO DIZ O DITADO:
    "QUEM DESDENHA QUER COMPRAR."

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  11. eu tenho um corcel 2 1979 que só me da alegrias é velho sim mas pago melhor que muitos por ai passeia de carro 0km com os bancos e financeiras correndo atras para tomar e digo mais é muito chato ler coisas como as que vc escreve repensa um pouco pois ja prestei socorro de carro novo com meu velhinho

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  12. Embora todos tenham um pouco de razão, acredito que é um "relato" que tenta mais ser bem humorado do que crítico propriamente, já que para criticar, temos que antes conhecer! E mais ainda...só se ama o que se conhece! Logo...ele tem que gostar, pelo menos um pouco, do que ele tanto "critica", pois se não...teria coisas melhores a fazer com seu próprio tempo e não o perderia dedicando a um carro que não gosta, que, segundo ele, é uma droga...Isso para qualquer um é bem óbvio!
    Nunca me verão perder meu tempo para fazer um blog para criticar...um Celta! Ele já é ruim por si só, não precisa da minha ajuda para isso!!!
    O fato é que não existe carro perfeito e os de hoje são piores ainda! O Corcel foi o primeiro carro que tive, dispensando os inúmeros fuscas que existiam por aí. Era mais bonito, mais confortável (nem se compara!) e tinha uma mala muito melhor que a do fusca, além de um rodar maravilhoso e economia de combustível real! Coisa que nem os 1.0 de hoje conseguem obter.
    Se não era um bólido, nenhum daquele tempo era! E...detalhe! Ele era o único, fora o Passat TS, que tinha alguma diferença dos carros comuns da mesma marca, como esportivo, o Chevette GP e GP II eram só casca, aparência de esportivo, como hoje são Palio Sporting, Uno idem e outros tantos como o Sandero GT line, tudo casca sem essência esportiva nenhuma. E isso o Corcel GT sempre teve, sempre foi um modelo diferente por fora e por dentro, até que todos os outros evoluíssem para seu patamar e recebessem o mesmo motor, que antes, só ele tinha. Seja motor ou carburador, que em muitos casos, como no do Opala, é o que fazia a diferença.
    Hoje tenho uma Belina Del Rey 1989, Ghia, CHT, novinha, toda de veludo cinza claro, por dentro, Ar, direção, vidros e travas elétricos, faróis de neblina, tampa interna do porta-malas revestida em carpete do mesmo do carro todo, tudo de fábrica. Um carro maravilhoso, de dar inveja a quem o vê passar(como acontece sempre!). E como o Meu ainda tem muitos por aí. Não é só derrota como ele quer passar. Vá a um encontro de carros antigos e verá que existem milhares ainda em excelente estado!
    Os que não estão por diversas razões, óbvio, caem nas mãos dos menos favorecidos. A diferença e que os de hoje terminarão muito antes disso acontecer, pois são infinitamente piores.

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    1. MEUS PARABÉNS POR SUA RESPOSTA, ESTE BLOG FOI MUITO INJUSTO FALANDO TÃO MAU DO CORCEL. EU TENHO UMA BELINA II 1978/1979 E NÃO TROCO ELA POR NEM UM CARRO DE HOJE. O CORCEL É O CARRO MAIS GUERREIRO QUE JA CONHECI.

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    2. meus parabéns também pela resposta tenho um 1974 que quando sai da garagem enche ate o saco de tantos curiosos que vem ver tenho um s10 2.8 tubo diesel 2001 e é mais fácil vender ela do que ele

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  13. Olá amigos apaixonados por automóveis!! Tenho um corcel 1973 que está na família desde zero Km, foi do meu pai. Atualmente estou reformando o carrinho, fazendo uma lanternagem geral e depois vou para a pintura e detalhes finais. A evolução da industria automobilística é natural, pois todo produto com o passar do tempo melhora em alguns aspectos e piora em outros. O corcel foi pioneiro no Brasil numa época em que só existiam fuscas, vemaguetes, carros muito antigos importados e tantos outros. Radiador selado foi uma inovação, barra de direção tripartida, íten muito importante pois muita gente morreu nos carros antigos com a barra da direção entrando no peito numa colisão frontal. Motor confiável e muito econômico. Super confortável e espaçoso, caracteristicas até hoje lembradas por quem conhece um pouco de carro. Manter um carro em bom estado de conservação depende do dono..se ele é relaxado não vai ter um carro bem cuidado. Cada carro para o seu uso. Se você quer um carro com desempenho esportivo, compre um, cada carro dentro da sua categoria, de acordo com o gosto e o bolso de cada um. Na minha opinião, o Ford Corcel foi um dos melhores carros de sua época e vai ser sempre lembrado por quem gosta e realmente entende de carros.

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  14. Me chamou Rafael??? estou aqui.

    Aliás, nem preciso falar mais sobre o Corcel, você já disse, os primeiros Corcel I até 1977 (o Corcel II só foi lançado em 1978) tinham as infames cruzetas que só de dar um peido já quebravam, aliás, duvido que o Corcel I da foto desse post tenha sobrevivido sem quebrar uma delas (ou todas), o carro só melhorou em 1978 justamente quando foi lançada a versão II esse sim era um carro melhor.

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  15. todos falam bem do corcel mais nunca dirigiram carro diferente so fusca brasilia corcel fiat ,por isso acha g é carro bom mais não vale nada

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    1. Cara serio mesmo um fusca nao tem espaco e nem motor, uma brasila entao nem se fala mais agora um fiat eu sinceramente espero que esteja se referindo a uma freemont e nao um marea(nos livrai do mal senhor) ou 147

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    2. isso mesmo apesar da fiat esta fabricando o freemont ele de fato nem é fiat só e uma autorização para ser fabricado então não sobrou nada

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  16. Meu pai tem um corcel ll e eu como mecânica vou ficar com ele muito bem cuidado e não da trabalho nenhum... Foda é o povo comentando xingando o corcel e nunca ter passado do carrinho de bate bate num parquinho, carro bomm pode não ter o desempenho dos motores de hoje em dia é claro!!! O mundo tem que andar pra frente mesmo, mas manter a cultura não arranca o coro de ninguém... :)

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    1. Muito bom!! meu pai tbm tem um corcel 1, ele vai ser meu, esta parado passando por uma reforma, e tive muitas lembranças boa naquele carro pois fez parte da minha infancia e eu nao trocaria ele por dinheiro q fosse, permanecera para as minhas proximas geraçoes!!

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    2. tenho uma f 250 e um corcel 75 e naó vendo cor nada

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  17. tenho um corcel 69 quatro portas, motor 1.6 cx 5 marchas adaptado, ando na estrada com qualquer transito, ladeira, subida de serra, nunca deu trabalho, não tem preço

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  18. no roda pé diz ¨Este blog tem conteúdo meramente humorístico tendo como intenção apenas entreter o publico com as bizarrices do universo automotivo nada aqui é serio ou tem a intenção de humilhar ou ofender ¨ TUDO QUE DIZ NESTA MERDA DE BLOG PROVA O CONTRARIO .

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  19. o Corcelixo era um dos lixos que a Ford fabricou por aqui, ou melhor, nem Ford não era, era um Renault porque a Ford comprou a fábrica da Renault aqui no Brasil, só vendeu esse lixo por aqui com esse motor Renault antiquíssimo e obsoleto porque o povo brasileiro não lê, não se informa sobre as carroças que compra, quanto a qualidade nunca foi o forte da Ford, fazem produtos com qualidade baixa, com preço alto e agora até passaram a fabricar ferramentas, porque será? será que eles temem que o seu negócio de carros vai desaparecer por má qualidade dos produtos? eu acho que pode ser isso.

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